segunda-feira, 6 de abril de 2015

O quarto de Joshua Harris

Este post é a transcrição de um trecho que considero extremamente forte do livro do Pastor Joshua Harris, " Eu disse adeus ao namoro". "O quarto" retrata a intimidade de um ser humano confrontado com a santidade de Deus. Se você fosse surpreendido em seus atos de pecados por alguém cuja estima por você fosse elevada e que quisesse apresentar uma ótima impressão, como seria...imagine essa cena.
Como é de se esperar, julgamentos, talvez pena e punição ao invés de compreensão, castigo ao invés de consolo. No entanto, o jovem é surpreendido em seu sonho pela reação ilógica do seu amigo. 


Boa leitura!

Normalmente eu não compartilho os meus sonhos, mas eu gostaria de falar sobre um que mexeu muito comigo…
Naquele estado entre estar acordado e estar sonhando, me encontrei em um quarto. Não havia nada que chamasse a atenção exceto por uma parede coberta de arquivos de gaveta com fichas. Eles eram como aqueles de biblioteca que listam os livros por autor ou assunto em ordem alfabética. Mas estes arquivos, que iam do chão ao teto e pareciam não ter fim em cada lado, tinham cabeçalhos muito diferentes. Ao me aproximar da parede de arquivos, o primeiro a me chamar a atenção foi um intitulado “Garotas de quem eu gostei“.

Eu o abri e comecei a passar o olho nas fichas. Rapidamente eu fechei a gaveta, chocado pelo fato de reconhecer os nomes que estavam escritos em cada ficha.
E então sem ninguém me contar, eu soube exatamente onde estava. Este quarto sem vida com os seus pequenos arquivos era um sistema de catalogação da minha vida. Aqui estavam anotadas as ações de cada momento meu, grande ou pequeno, com um detalhe que a minha memória não poderia igualar.

Fui tomado por uma sensação de admiração e curiosidade, acompanhada de horror, quando comecei a abrir arquivos aleatoriamente e explorar os seus conteúdos. Alguns me trouxeram alegria e agradáveis memórias; outros uma sensação de vergonha e arrependimento tão intensa que até olhava por cima do ombro para ver se havia alguém observando.

Um arquivo chamado “Amigos” estava ao lado de um marcado “Amigos a quem traí“. Os títulos variavam de mundano até os mais esquisitos. “Livros que eu li“, “Mentiras que contei” , “Conforto que ofereci“, “Piadas de que eu ri.”
Alguns eram até hilariantes na sua exatidão: “Coisas que gritei contra os meus irmãos.” De outros eu não pude rir: “Coisas que fiz movido pela raiva“, “Coisas que murmurei contra meus pais.”
Eu sempre ficava surpreso pelo conteúdo. Frequentemente havia muito mais fichas do que eu esperava. Algumas vezes havia menos do que eu desejava. Fui esmagado pelo volume completo de vida que havia vivido. Haveria a possibilidade de eu ter tido o tempo nos meus vinte anos de escrever cada uma destas milhares, possivelmente milhões, de fichas?
Mas cada ficha confirmava esta verdade. Cada uma delas estava escrita com a minha própria caligrafia. Cada uma assinada com a minha assinatura.

Quando eu abri o arquivo chamado “Canções que ouvi“, eu me dei conta de que os arquivos cresciam em profundidade para caber o seu conteúdo. As fichas estavam guardadas bem apertadas, e ainda assim ao final de dois ou três metros, ainda não tinha chegado ao fundo da gaveta. Eu a fechei, envergonhado, nem tanto pela qualidade da música, mas pela enorme quantidade de tempo que eu sabia que aquele arquivo representava.
Quando cheguei a um arquivo chamado “Pensamentos Impuros“, senti um frio correr pelo corpo. Abri o arquivo apenas uns dois centímetros, sem querer testar o seu tamanho. Arrepiei com o conteúdo detalhado. Me senti mal só de pensar em que um momento como aquele tinha sido registrado.

De repente senti uma raiva quase animal. Um pensamento dominava a minha mente: “Ninguém jamais deverá ver estas fichas! Ninguém jamais deverá ver este quarto! Tenho que destruí-las!”
Com uma fúria insana puxei o arquivo para fora. O seu tamanho não importava agora. Eu tinha que esvaziá-lo e queimar as fichas. Mas ao pegar o arquivo numa ponta e batê-lo no chão, não consegui deslocar nenhuma ficha. Fiquei desesperado e tirei uma ficha, apenas para descobrir que ela era forte como o aço quando tentei rasgá-la. Derrotado e absolutamente desamparado, guardei o arquivo no seu lugar.

Apoiando a testa contra a parede, soltei um longo suspiro de autocomiseração. E então eu o vi. O título dizia: “Pessoas a quem compartilhei o evangelho.” O puxador estava mais brilhante que aqueles ao seu redor, mais novo, quase sem uso. Eu puxei a gaveta e saiu na minha mão uma pequena caixa de no máximo oito centímetros de comprimento. Eu podia contar as fichas em uma mão.

E então vieram as lágrimas. Comecei a chorar. Os soluços eram tão profundos que a dor começava no estômago e me sacudia todo. Caí de joelhos e chorei. Gritei sem constrangimento, por causa da esmagadora vergonha de tudo aquilo. As fileiras de gavetas dos arquivos giravam em meus olhos cheios de lágrimas. Ninguém jamais deveria saber deste quarto. Eu devia trancá-lo e esconder a chave.

Mas então, ao limpar as lágrimas, eu O vi. Não, por favor, Ele não. Não neste lugar. Qualquer um, menos Jesus.

Eu assistia, sem poder fazer nada, enquanto ele começava a abrir os arquivos e ler as fichas. Eu não aguentava ver a Sua reação. E nos momentos em que consegui olhar na sua face, eu vi uma tristeza mais profunda do que a minha. Parecia que Ele intuitivamente ia para as piores caixas. Por que Ele tinha que ler cada uma delas?

Finalmente Ele se virou e me olhou lá do outro lado do quarto. Ele olhou para mim cheio de compaixão nos olhos. Mas esta era uma compaixão que não me deixou irado. Abaixei a cabeça, cobri o meu rosto com as mãos e comecei a chorar de novo. Ele se aproximou e colocou o Seu braço em volta de mim. Ele poderia ter dito tantas coisas. Mas não disse uma palavra. Apenas chorou comigo.

Depois Ele se levantou e voltou para a parede de arquivos. Começando em uma ponta do quarto, ele tirou um arquivo e, de um em um, começou a assinar o Seu nome em cima do meu em cada cartão. “Nãaaaao” eu gritei, correndo em sua direção. Tudo que consegui dizer foi: “Não, não” enquanto tirava a ficha da sua mão. O nome Dele não deveria estar nestas fichas. Mas lá estava ele, escrito em vermelho tão rico, tão escuro, tão vivo. O nome de Jesus cobria o meu. Estava escrito com o Seu sangue.

Ele delicadamente pegou a ficha de volta. Ele sorriu um sorriso triste e continuou a assinar as fichas. Acho que jamais compreenderei como Ele o fez tão rapidamente, mas no próximo instante parecia que Ele fechava o último arquivo e voltava para o meu lado. Ele colocou a sua mão no meu ombro e disse:


“Está consumado!”

Me levantei, e Ele me guiou para fora do quarto.
Não havia tranca na porta. Ainda havia fichas a serem preenchidas.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Aprendendo a amar:como se tornar o amante perfeito?

Nos dias de hoje as palavras perdem seu verdadeiro significado à custa da banalização. Tanto se fala em "amor"; o que seria necessário para de fato conhecê-lo, sentí-lo, prová-lo? A Bíblia, a escritura sagrada deixa explícito que é necessário aprendermos dia a dia com o Autor da essência, do conceito de amor. Não há maneira melhor, e diria também, não há outra forma de aprender sobre a não ser com o próprio amor.Essa reflexão à luz da Bíblia de Ed René Kivitz no TALMIDIM 288, tem como título "Amante" ele fala sobre as quatro ciências do amor: (http://www.youtube.com/watch?v=EWWYLiFQtR4&feature=player_embedded) São elas:

Conhecer a si mesmo-
Tem pessoas que juram amor à outra sem conhecerem a si mesmas. O autor aponta os amores da imaturidade, onde alguém promete amar o outro sem possuir uma personalidade consolidada. Após um tempo de convivência essa pessoa começa a si “entender”; a conhecer os seus limites, seus gostos, suas aversões e seus complexos e percebe que jamais combinaria com o indivíduo que desejava.

Conhecer a pessoa desejada-
Existem indivíduos que se apaixonam por um sonho, por uma fantasia ou por uma irrealidade. Conhecimento da pessoa, da personalidade, do caráter (através da observação), do temperamento por meio do diálogo. Ao contrário do que o mundo sugere: o conhecimento do físico, do corpo. Depois de o relacionamento ser estabelecido e a realidade ser conhecida, a frustração é imediata, pois é simplesmente impossível satisfazer todas as projeções e desejos de um ser humano.

Conhecer o amor-
Amor não é atração ou desejo. Amor não é paixão, ciúmes ou possessão. Amor é simplesmente isso:

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.1 Coríntios 13:4-8

Conhecer o fim que se chega amando-
O amor é uma dádiva unilateral. O fim do amor não é ser amado de volta. O fim do amor é a alegria e a satisfação do outro. Embora isso seja uma possível consequência, a reciprocidade do amor.